Deloitte mostra que as 250 gigantes do setor sacrificaram margem para conseguir aumentar receita
No ano fiscal de 2014 – que vai de junho de 2014 a junho de 2015 – não foi fácil para as gigantes do varejo. Estudo da Deloitte, divulgado hoje (03), mostra que a receita das 250 maiores varejistas globais aumentou 4,3% – um ritmo um pouco maior que o crescimento de 4,1% registrado no período anterior.
Ao todo, essas redes acumularam US$ 4,48 trilhões. Mas esse crescimento foi a base de esforço. O estudo mostra que essas redes registraram uma margem de lucro líquido de 2,8% em 2014, menor que os 3,4% de 2013.
“O crescimento econômico mais lento em vários mercados, a inflação mais baixa, a queda dos preços do petróleo e o fortalecimento do dólar dos Estados Unidos estão entre os fatores que geraram resultados distintos entre os varejistas de diferentes regiões”, explicou, em nota, Ira Kalish, economista-chefe global da Deloitte.
“Para as companhias norte-americanas, a força do dólar significou o aumento do poder aquisitivo dos consumidores nacionais, fator influenciado também pelo crescimento econômico e pela diminuição das taxas de desemprego do país. A economia chinesa, por outro lado, retraiu-se consideravelmente durante este período, principalmente devido à queda das exportações e ao enfraquecimento dos investimentos locais. No entanto, os gastos do consumidor cresceram bastante, embora o setor de luxo tenha vacilado”, explica.
Apesar disso, para a Deloitte, o aumento na receita das gigantes é positivo, tendo em vista que chegou a cair em 2011. Esse resultado, contudo, é bem variável: varejistas na América do Norte e da África/Oriente Médio obtiveram incremento de receita em 2014, enquanto as da Ásia, da Europa e da América Latina registraram queda contínua dos números.
Assim como ocorreu no ano passado, duas varejistas brasileiras estão no ranking: Lojas Americanas e Magazine Luiza. A novidade desta edição do estudo é que a Magazine Luiza saltou 30 posições.
“Apesar do momento econômico desfavorável, as varejistas brasileiras conseguiram assegurar sua presença no levantamento global e ainda melhorar seu desempenho na avaliação em relação ao ano anterior. Isso nos deixa muito otimistas”, afirmou, em nota, Reynaldo Saad, líder da Deloitte para a indústria de varejo e bens de consumo.